Partidos em números: PSD


Gráficos e mapas para entender o terceiro maior partido do Brasil em número de prefeituras
POR FERNANDA NUNES E ANTONIO PILTCHER • 20/11/2020

Nesta edição da série Partidos em Números, um dos partidos que mais cresceram em número de prefeituras nas eleições de 2020.


Eleições 2020

O Partido Social Democrático lançou candidatos a prefeito em todos os estados do país. Dos 1.544 candidatos que concorreram no primeiro turno, 639 foram eleitos e 9 participarão do segundo turno. O partido tem presença mais forte na Bahia, mas lançou poucos candidatos no Maranhão, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul.

Em 2020, o PSD lançou 1.544 candidatos a prefeito. Destes, 1.234 fizeram parte de coligações e 310 concorreram sem o apoio de outros partidos. Os partidos com os quais o PSD firmou a maior quantidade de coligações são outras siglas associadas ao Centrão: PP, MDB e PL.

A maior quantidade de vereadores eleitos pelo PSD está no Nordeste, com destaque para a Bahia. O partido obteve pouco sucesso no Rio Grande do Sul, Maranhão e Paraíba.

Nas eleições de 2020, 66,7% dos candidatos PSD eram homens, e quase metade — 48,5% — eram brancos. Enquanto isso, candidatos pretos e pardos representaram 49,57% dos candidatos.

Entre os eleitos, a proporção de homens aumenta para 85,5% e a porcentagem de eleitos pretos e pardos cai um pouco, para 46,6%.


Financiamento

O PSD recebeu uma fração expressiva do Fundo Partidário ao longo dos anos, o que reflete a sua presença constante no Congresso e seu bom desempenho eleitoral.

Em 2020, o partido recebeu R$138.872.223,52 do Fundo Eleitoral.


Filiados

O PSD é um partido médio, com 406.511 filiados em novembro de 2020. Desde sua fundação em 2012, vem crescendo, com saltos no número de filiados em 2013 e também em 2016.

Muitos partidos brasileiros passam por um envelhecimento e esse também é o caso do PSD. A grande maioria dos seus filiados é composta por pessoas com mais de 25 anos. A faixa etária com maior presença é de eleitores que têm entre 45 e 59 anos.

Apesar do crescimento relativo do número de mulheres filiadas ao PSD nos últimos anos, elas ainda são minoria, compondo 41,6% do total de filiados.

Santa Catarina é o estado com a maior concentração de filiados ao PSD: são 1.003 a cada 100 mil eleitores. Além disso, é o segundo estado em número absoluto de filiados, com 51.578, atrás apenas de São Paulo, que tem 51.592 filiados ao partido em 2020. Depois de Santa Catarina, as maiores concentrações de filiados ao PSD estão em Tocantins e Mato Grosso. O Rio de Janeiro é o estado com a menor concentração de filiados.


Resultados em 2018

Sergipe é o estado que elegeu a maior proporção de deputados do PSD para sua assembleia estadual. O estado é seguido pela Bahia, Santa Catarina e Paraná. O partido não elegeu representantes no Acre, Maranhão, Roraima e Tocantins.

O Pará elegeu 3 deputados federais do PSD em 2018, o que representa aproximadamente 17% do total — a maior proporção entre os estados brasileiros. Apesar de ter presença pela grande maioria do território nacional, o PSD não teve candidatos eleitos no Acre, Amapá, Mato Grosso e Tocantins.

Nas eleições de 2014, foram eleitos 2 senadores do partido, no Amazonas e na Bahia. Já em 2018, foram eleitos 4 senadores pelo PSD, no Acre, Bahia, Rio de Janeiro e Tocantins. Atualmente, o partido ocupa 12 cadeiras no Senado.

O PSD elegeu 2 governadores em 2018: Belivaldo Chagas no Sergipe e Ratinho Júnior no Paraná. Ambos ainda exercem seus mandatos.


História

O Partido Social Democrático é um partido de fundação recente, que surgiu de uma dissidência do Democratas. Gilberto Kassab, ex-deputado e ex-prefeito de São Paulo, foi o principal responsável pela sua criação. Na época, Kassab fazia parte de um grupo de políticos de centro-direita que procuravam uma aproximação com o governo da ex-presidente Dilma Rousseff.

Kassab contou com o apoio de Guilherme Afif Domingos, então presidente do Sebrae e também dissidente do DEM. Foi a partir dessa articulação que surgiu o atual PSD, e o partido obteve seu registro no TSE em 2011.

A escolha do nome foi feita em homenagem a Juscelino Kubitschek: o ex-presidente fora filiado a um ‘Partido Social Democrático’ ativo entre 1945 e 1965, ano em que o partido extinto pelo Ato Institucional No 2.

Segundo Kassab, o PSD foi criado para ser “um verdadeiro partido de centro” e, na época, recebeu a filiação de outros políticos do DEM assim como do PP, PSDB e outros partidos do “Centrão”. Já no mesmo ano da sua fundação, o partido conseguiu com que muitos representantes eleitos mudassem para a legenda e passou a contar com a terceira maior bancada na Câmara dos Deputados, composta por 52 deputados. No Senado, tinha 2 representantes.

Um ano após obter seu registro definitivo no TSE, o PSD disputou pela primeira vez em eleições municipais de 2012 e teve um bom desempenho: foi o partido com o quarto maior número de prefeitos eleitos pelo país. Nas eleições municipais de 2016, foi o terceiro. No nível federal, elegeu a quarta maior bancada para a Câmara tanto em 2014 quanto em 2018.

Nas suas diretrizes, o partido defende um Estado forte e regulador, com foco nas suas responsabilidades sociais e o voto distrital. À época de sua criação, Kassab disse que o partido “não será de direita, não será de esquerda, nem de centro”. No ano de sua fundação, o PSD foi próximo ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT) e apoiou sua reeleição em 2014. Porém, se posicionou a favor do seu impedimento em 2016. Desde 2019, votou com o governo Bolsonaro na maioria das propostas na Câmara.


Dados utilizados na matéria: Filiados a partidos (Tribunal Superior Eleitoral); Resultados eleições 2018 (TSE/Cepespdata); Candidatos eleições 2020 (TSE); Resultados eleições 2020 (TSE); IGPM (cortesia de Fernando Meireles, pacote deflateBR).

Contribuiu com dados: Antonio Piltcher.

Créditos da imagem: Marcos Oliveira/Agência Senado.

Para reproduzir os números citados, o código e os dados podem ser encontrados aqui.

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foto do autor

Fernanda Nunes é repórter e editora do Pindograma.

Antonio Piltcher é cientista de dados do Pindograma.

Partidos em números: PSD

Gráficos e mapas para entender o terceiro maior partido do Brasil em número de prefeituras

POR FERNANDA NUNES E ANTONIO PILTCHER

20/11/2020

Nesta edição da série Partidos em Números, um dos partidos que mais cresceram em número de prefeituras nas eleições de 2020.


Eleições 2020

O Partido Social Democrático lançou candidatos a prefeito em todos os estados do país. Dos 1.544 candidatos que concorreram no primeiro turno, 639 foram eleitos e 9 participarão do segundo turno. O partido tem presença mais forte na Bahia, mas lançou poucos candidatos no Maranhão, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul.

Em 2020, o PSD lançou 1.544 candidatos a prefeito. Destes, 1.234 fizeram parte de coligações e 310 concorreram sem o apoio de outros partidos. Os partidos com os quais o PSD firmou a maior quantidade de coligações são outras siglas associadas ao Centrão: PP, MDB e PL.

A maior quantidade de vereadores eleitos pelo PSD está no Nordeste, com destaque para a Bahia. O partido obteve pouco sucesso no Rio Grande do Sul, Maranhão e Paraíba.

Nas eleições de 2020, 66,7% dos candidatos PSD eram homens, e quase metade — 48,5% — eram brancos. Enquanto isso, candidatos pretos e pardos representaram 49,57% dos candidatos.

Entre os eleitos, a proporção de homens aumenta para 85,5% e a porcentagem de eleitos pretos e pardos cai um pouco, para 46,6%.


Financiamento

O PSD recebeu uma fração expressiva do Fundo Partidário ao longo dos anos, o que reflete a sua presença constante no Congresso e seu bom desempenho eleitoral.

Em 2020, o partido recebeu R$138.872.223,52 do Fundo Eleitoral.


Filiados

O PSD é um partido médio, com 406.511 filiados em novembro de 2020. Desde sua fundação em 2012, vem crescendo, com saltos no número de filiados em 2013 e também em 2016.

Muitos partidos brasileiros passam por um envelhecimento e esse também é o caso do PSD. A grande maioria dos seus filiados é composta por pessoas com mais de 25 anos. A faixa etária com maior presença é de eleitores que têm entre 45 e 59 anos.

Apesar do crescimento relativo do número de mulheres filiadas ao PSD nos últimos anos, elas ainda são minoria, compondo 41,6% do total de filiados.

Santa Catarina é o estado com a maior concentração de filiados ao PSD: são 1.003 a cada 100 mil eleitores. Além disso, é o segundo estado em número absoluto de filiados, com 51.578, atrás apenas de São Paulo, que tem 51.592 filiados ao partido em 2020. Depois de Santa Catarina, as maiores concentrações de filiados ao PSD estão em Tocantins e Mato Grosso. O Rio de Janeiro é o estado com a menor concentração de filiados.


Resultados em 2018

Sergipe é o estado que elegeu a maior proporção de deputados do PSD para sua assembleia estadual. O estado é seguido pela Bahia, Santa Catarina e Paraná. O partido não elegeu representantes no Acre, Maranhão, Roraima e Tocantins.

O Pará elegeu 3 deputados federais do PSD em 2018, o que representa aproximadamente 17% do total — a maior proporção entre os estados brasileiros. Apesar de ter presença pela grande maioria do território nacional, o PSD não teve candidatos eleitos no Acre, Amapá, Mato Grosso e Tocantins.

Nas eleições de 2014, foram eleitos 2 senadores do partido, no Amazonas e na Bahia. Já em 2018, foram eleitos 4 senadores pelo PSD, no Acre, Bahia, Rio de Janeiro e Tocantins. Atualmente, o partido ocupa 12 cadeiras no Senado.

O PSD elegeu 2 governadores em 2018: Belivaldo Chagas no Sergipe e Ratinho Júnior no Paraná. Ambos ainda exercem seus mandatos.


História

O Partido Social Democrático é um partido de fundação recente, que surgiu de uma dissidência do Democratas. Gilberto Kassab, ex-deputado e ex-prefeito de São Paulo, foi o principal responsável pela sua criação. Na época, Kassab fazia parte de um grupo de políticos de centro-direita que procuravam uma aproximação com o governo da ex-presidente Dilma Rousseff.

Kassab contou com o apoio de Guilherme Afif Domingos, então presidente do Sebrae e também dissidente do DEM. Foi a partir dessa articulação que surgiu o atual PSD, e o partido obteve seu registro no TSE em 2011.

A escolha do nome foi feita em homenagem a Juscelino Kubitschek: o ex-presidente fora filiado a um ‘Partido Social Democrático’ ativo entre 1945 e 1965, ano em que o partido extinto pelo Ato Institucional No 2.

Segundo Kassab, o PSD foi criado para ser “um verdadeiro partido de centro” e, na época, recebeu a filiação de outros políticos do DEM assim como do PP, PSDB e outros partidos do “Centrão”. Já no mesmo ano da sua fundação, o partido conseguiu com que muitos representantes eleitos mudassem para a legenda e passou a contar com a terceira maior bancada na Câmara dos Deputados, composta por 52 deputados. No Senado, tinha 2 representantes.

Um ano após obter seu registro definitivo no TSE, o PSD disputou pela primeira vez em eleições municipais de 2012 e teve um bom desempenho: foi o partido com o quarto maior número de prefeitos eleitos pelo país. Nas eleições municipais de 2016, foi o terceiro. No nível federal, elegeu a quarta maior bancada para a Câmara tanto em 2014 quanto em 2018.

Nas suas diretrizes, o partido defende um Estado forte e regulador, com foco nas suas responsabilidades sociais e o voto distrital. À época de sua criação, Kassab disse que o partido “não será de direita, não será de esquerda, nem de centro”. No ano de sua fundação, o PSD foi próximo ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT) e apoiou sua reeleição em 2014. Porém, se posicionou a favor do seu impedimento em 2016. Desde 2019, votou com o governo Bolsonaro na maioria das propostas na Câmara.


Dados utilizados na matéria: Filiados a partidos (Tribunal Superior Eleitoral); Resultados eleições 2018 (TSE/Cepespdata); Candidatos eleições 2020 (TSE); Resultados eleições 2020 (TSE); IGPM (cortesia de Fernando Meireles, pacote deflateBR).

Contribuiu com dados: Antonio Piltcher.

Créditos da imagem: Marcos Oliveira/Agência Senado.

Para reproduzir os números citados, o código e os dados podem ser encontrados aqui.

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é repórter e editora do Pindograma.

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