Partidos em números: PV e REDE


Gráficos, mapas e uma breve retrospectiva histórica para entender mais sobre os dois partidos brasileiros que reivindicam o ambientalismo
POR JOÃO GADO F. COSTA E ANTONIO PILTCHER • 18/12/2020

Nesta edição do Partidos em Números, o Pindograma analisa os dados dos dois partidos brasileiros que têm o ambientalismo e a sustentabilidade como principais bandeiras: o Partido Verde (PV) e a Rede Sustentabilidade (REDE).


Eleições 2020

Os dois partidos lançaram poucos candidatos em 2020, concentrados principalmente no Sudeste, mas o alcance do PV foi bem maior que o da REDE. O PV teve candidaturas em todos os estados e conseguiu mais sucessos eleitorais, principalmente em Minas Gerais e São Paulo. A REDE elegeu apenas cinco prefeitos: dois na Bahia e um em Minas, Rio de Janeiro e Roraima.

O perfil de apoio às coligações do PV é bem mais parecido com o de um partido tradicional que o da REDE. Mesmo tendo recebido mais apoio do PSB que qualquer outra legenda, partidos do Centrão como MDB, DEM e PL ficam logo atrás.

Enquanto isso, o principal aliado da REDE foi o PT, seguido pelo PV. O Centrão não deixou de coligar com a REDE, mas ficou no mesmo pé que legendas de esquerda e centro-esquerda como o PSOL, PCdoB, PDT e PSB.

Na hora de dar apoio a outros partidos, o PV e a REDE divergem novamente. A opção do PV pelo Centrão e a centro-direita é clara. Partidos como PSDB, PSD, MDB e DEM estão entre os mais apoiados.

No sentido contrário, a REDE tem um viés à esquerda, apoiando principalmente PSB, PDT e PT.

A distribuição das candidaturas de vereadores dos dois partidos é parecida com a dos prefeitos. O PV concentrou tanto candidatos quanto eleitos no Sudeste e Paraná, mas com presença — embora reduzida — em todos os outros estados da federação. A REDE teve pouquíssimas candidaturas pelo país, concentrando suas vitórias principalmente no Sudeste e na Bahia. Neste último estado, a REDE teve seu melhor desempenho do país, na cidade de Livramento de Nossa Senhora, onde, além do prefeito do partido ter se reelegido, o partido conseguiu 4 vereadores.

A REDE foi um dos poucos partidos que não teve como maior grupo demográfico entre seus candidatos os homens brancos. Das candidaturas masculinas, apenas 38,5% eram brancos, contra 58,1% de pretos e pardos. Das mulheres, — 34,5% do total — apenas 41,8% eram brancas. O PV tinha um perfil mais parecido com os de outros partidos, com brancos representando aproximadamente metade dos candidatos e mulheres pouco mais de um terço.

Apesar da diversidade entre os candidatos, os eleitos da REDE e do PV têm perfis parecidos de gênero e raça, sendo majoritariamente homens – mais de 80% para os dois partidos – e brancos: 54,4% na REDE e 59,5% no PV.


Financiamento

Nos poucos anos em que recebeu dinheiro do Fundo Partidário, a REDE teve menos de R$10 milhões, próximo ao piso de cada ano. Em 2019, a recém-instituída cláusula de barreira fez com que o partido deixasse de receber dinheiro do TSE.

A situação do PV é mais confortável. A proporção de dinheiro que o partido recebe vem diminuindo, mas nunca ficou abaixo dos R$10 milhões (corrigidos pela inflação), mesmo com a cláusula de barreira.

Apesar disso, em 2020, o PV recebeu R$ 20.498.922,01 pelo Fundo Eleitoral, enquanto a REDE recebeu R$ 28.430.214,66. Isso pode ser explicado pelo fato da REDE ter eleito representantes ao Senado, fator que pesa na distribuição do Fundo Eleitoral.


Filiados

O PV é um partido bem mais antigo que a REDE e, portanto, já teve mais tempo para se estabelecer na política brasileira e aumentar sua base de filiados. Atualmente é um partido de tamanho médio e cresce nos anos de eleições municipais, como é comum.

Já a REDE teve apenas 5 anos para ganhar adeptos e vem crescendo desde sua fundação. Neste aspecto, é parecido com o Partido Novo. Também é um partido pequeno, sendo maior apenas que PCO, PSTU, PCB e UP.

Ambos os partidos são notavelmente mais jovens que os outros partidos brasileiros. 1 a cada 3 filiados da REDE tem menos de 35 anos; no PV esse número é um pouco menor: 1 em 4. A REDE tem 6 vezes mais jovens de até 24 anos que o PV, mostrando um apelo maior do partido com jovens ainda no início de suas vidas políticas.

O PV tem uma proporção de filiadas mulheres similar à de outros partidos mais estabelecidos: são uma minoria de 42% e o número vem aumentando. Já a REDE tinha apenas 35% de filiadas na sua fundação, mas hoje se aproxima da proporção dos outros partidos.

Os dois partidos têm uma presença relativamente uniforme em todo o território nacional, com um ou dois estados de maior atuação. No caso do PV, é o Tocantins, enquanto para a REDE são Roraima e Amapá. É importante atentar, no entanto, que a REDE tem uma proporção de filiados bem menor que o PV em todos os estados. Ela chega a 379 filiados a cada 100 mil eleitores no Amapá, estado de mais força da legenda, mas isso ainda fica bem atrás do PV no Tocantins, com 699 filiados a cada 100 mil eleitores.


Resultados em 2018

O PV elegeu deputados em 15 estados do país, mas não conseguiu uma bancada grande em nenhum deles. No Amazonas, porém, o partido elegeu 3 dos 24 deputados estaduais, mais que qualquer outro partido, com exceção do PP.

Já a REDE tem um escopo de atuação muito mais limitado, elegendo deputados estaduais em apenas 7 unidades federativas, principalmente no Sudeste.

Já se tratando de representatividade Federal, o PV tem menos força; elegeu deputados em apenas três estados e no Distrito Federal. Já a REDE elegeu apenas uma deputada por Roraima. Todos os deputados seguem no cargo até hoje.

O PV não elegeu senadores em 2014 ou 2018. Já a REDE fez grande sucesso em sua primeira eleição geral, elegendo 5 senadores espalhados por todas as regiões, menos o Centro-Oeste. No entanto, o sucesso eleitoral não se traduziu em retenção e hoje apenas dois senadores seguem no exercício do cargo pelo partido: Randolfe Rodrigues (AP) e Fabiano Contarato (ES).

Nenhum dos dois partidos elegeu governadores em 2018.


História

A história do Partido Verde começa na década de 1980, nos primeiros momentos após o fim da ditadura. Inspirados nos movimentos ecologistas que surgiam na mesma época ao redor do mundo, um grupo de artistas, políticos e ativistas se juntaram no Rio de Janeiro em 1986 para fundar um partido ambientalista do Brasil, o PV.

A principal liderança do PV na época era Fernando Gabeira. Militante do Movimento Revolucionário 8 de Outubro durante a ditadura, Gabeira voltou ao Brasil após o exílio e passou a atuar no PT. Se candidatou ao governo do Rio de Janeiro em 1986 pelo PT, mas já tinha fundado o PV e vinha trabalhando para seu reconhecimento pelo TSE.

Com a concessão de registro provisório ao partido em 1988, Gabeira pôde se candidatar à presidência em 1989, após o grupo ter rompido com Lula (PT). Após 1989, o PV voltou a lançar candidato à presidência apenas em 1994, quando Alfredo Sirkis foi o 6º colocado da eleição, com menos de 1% dos votos.

O partido passou boa parte dos anos 1990 e 2000 como um partido menor, focado na pauta ambiental, mas também incorporando algumas pautas progressistas. Membros importantes do partido foram eleitos deputados múltiplas vezes. Em 2003, o PV passou a integrar a base aliada do PT e o cantor e militante do partido Gilberto Gil foi empossado como Ministro da Cultura.

Só em 2010 que o PV voltaria a lançar uma candidatura à presidência. Marina Silva, ex-ministra do Meio Ambiente, senadora pelo Acre e militante de longa data do PT recém-ingressa no PV, ficou em terceiro lugar na disputa. Marina não ficaria muito tempo no partido: em 2013, saiu do PV para fundar a Rede Sustentabilidade.

A saída de Marina Silva do PV em 2011 ocorreu devido à sua frustração com a direção do partido. No discurso em que anunciou sua saída, Marina declarou que pretendia fundar um novo movimento. Eis que em fevereiro de 2013 a Rede Sustentabilidade foi fundada sob a liderança da ex-senadora. À época de sua fundação, Marina classificou a REDE como um ‘partido moderno’, ‘nem de direita, nem de esquerda’ mas ‘à frente’. O foco da legenda seria na renovação política, priorizando a sustentabilidade, o ambientalismo e o progressismo social.

A REDE passou por dificuldades para obter registro no TSE. Em 2013, o partido sofreu uma derrota no tribunal que impediu o registro a tempo de concorrer nas eleições de 2014. Essa derrota levou muitos, incluindo Marina, a se filiarem temporariamente ao PSB.

O registro definitivo seria obtido somente em 2015. Desde então, o partido participou de duas eleições municipais (2016 e 2020) e uma geral (2018).

Em 2018, Marina Silva concorreu à presidência pela REDE com Eduardo Jorge, do PV, como vice. A dupla ficou em 8º lugar da disputa e apoiou Fernando Haddad (PT) e Manuela D’Ávila (PCdoB) no segundo turno.

Hoje o PV faz firme oposição ao governo Bolsonaro (sem partido), especialmente no tocante à desastrosa política ambiental. O presidente do partido é José Luiz Penna e seu número nas urnas é 43.

A REDE também faz oposição ao governo de Jair Bolsonaro. Os porta-vozes do partido são Lais Alves Garcia e Pedro Ivo de Souza Batista e o número do partido nas urnas é 18.


Dados utilizados na matéria: Filiados a partidos (Tribunal Superior Eleitoral); Resultados eleições 2018 (TSE/Cepespdata); Candidatos eleições 2020 (TSE); Resultados eleições 2020 (TSE); IGPM (cortesia de Fernando Meireles, pacote deflateBR).

Contribuiu com dados: Antonio Piltcher.

Créditos da imagem: Marcos Oliveira/Agência Senado.

Para reproduzir os números citados, o código e os dados podem ser encontrados aqui.

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João Gado F. Costa é repórter do Pindograma.

Antonio Piltcher é cientista de dados do Pindograma.

Partidos em números: PV e REDE

Gráficos, mapas e uma breve retrospectiva histórica para entender mais sobre os dois partidos brasileiros que reivindicam o ambientalismo

Nesta edição do Partidos em Números, o Pindograma analisa os dados dos dois partidos brasileiros que têm o ambientalismo e a sustentabilidade como principais bandeiras: o Partido Verde (PV) e a Rede Sustentabilidade (REDE).


Eleições 2020

Os dois partidos lançaram poucos candidatos em 2020, concentrados principalmente no Sudeste, mas o alcance do PV foi bem maior que o da REDE. O PV teve candidaturas em todos os estados e conseguiu mais sucessos eleitorais, principalmente em Minas Gerais e São Paulo. A REDE elegeu apenas cinco prefeitos: dois na Bahia e um em Minas, Rio de Janeiro e Roraima.

O perfil de apoio às coligações do PV é bem mais parecido com o de um partido tradicional que o da REDE. Mesmo tendo recebido mais apoio do PSB que qualquer outra legenda, partidos do Centrão como MDB, DEM e PL ficam logo atrás.

Enquanto isso, o principal aliado da REDE foi o PT, seguido pelo PV. O Centrão não deixou de coligar com a REDE, mas ficou no mesmo pé que legendas de esquerda e centro-esquerda como o PSOL, PCdoB, PDT e PSB.

Na hora de dar apoio a outros partidos, o PV e a REDE divergem novamente. A opção do PV pelo Centrão e a centro-direita é clara. Partidos como PSDB, PSD, MDB e DEM estão entre os mais apoiados.

No sentido contrário, a REDE tem um viés à esquerda, apoiando principalmente PSB, PDT e PT.

A distribuição das candidaturas de vereadores dos dois partidos é parecida com a dos prefeitos. O PV concentrou tanto candidatos quanto eleitos no Sudeste e Paraná, mas com presença — embora reduzida — em todos os outros estados da federação. A REDE teve pouquíssimas candidaturas pelo país, concentrando suas vitórias principalmente no Sudeste e na Bahia. Neste último estado, a REDE teve seu melhor desempenho do país, na cidade de Livramento de Nossa Senhora, onde, além do prefeito do partido ter se reelegido, o partido conseguiu 4 vereadores.

A REDE foi um dos poucos partidos que não teve como maior grupo demográfico entre seus candidatos os homens brancos. Das candidaturas masculinas, apenas 38,5% eram brancos, contra 58,1% de pretos e pardos. Das mulheres, — 34,5% do total — apenas 41,8% eram brancas. O PV tinha um perfil mais parecido com os de outros partidos, com brancos representando aproximadamente metade dos candidatos e mulheres pouco mais de um terço.

Apesar da diversidade entre os candidatos, os eleitos da REDE e do PV têm perfis parecidos de gênero e raça, sendo majoritariamente homens – mais de 80% para os dois partidos – e brancos: 54,4% na REDE e 59,5% no PV.


Financiamento

Nos poucos anos em que recebeu dinheiro do Fundo Partidário, a REDE teve menos de R$10 milhões, próximo ao piso de cada ano. Em 2019, a recém-instituída cláusula de barreira fez com que o partido deixasse de receber dinheiro do TSE.

A situação do PV é mais confortável. A proporção de dinheiro que o partido recebe vem diminuindo, mas nunca ficou abaixo dos R$10 milhões (corrigidos pela inflação), mesmo com a cláusula de barreira.

Apesar disso, em 2020, o PV recebeu R$ 20.498.922,01 pelo Fundo Eleitoral, enquanto a REDE recebeu R$ 28.430.214,66. Isso pode ser explicado pelo fato da REDE ter eleito representantes ao Senado, fator que pesa na distribuição do Fundo Eleitoral.


Filiados

O PV é um partido bem mais antigo que a REDE e, portanto, já teve mais tempo para se estabelecer na política brasileira e aumentar sua base de filiados. Atualmente é um partido de tamanho médio e cresce nos anos de eleições municipais, como é comum.

Já a REDE teve apenas 5 anos para ganhar adeptos e vem crescendo desde sua fundação. Neste aspecto, é parecido com o Partido Novo. Também é um partido pequeno, sendo maior apenas que PCO, PSTU, PCB e UP.

Ambos os partidos são notavelmente mais jovens que os outros partidos brasileiros. 1 a cada 3 filiados da REDE tem menos de 35 anos; no PV esse número é um pouco menor: 1 em 4. A REDE tem 6 vezes mais jovens de até 24 anos que o PV, mostrando um apelo maior do partido com jovens ainda no início de suas vidas políticas.

O PV tem uma proporção de filiadas mulheres similar à de outros partidos mais estabelecidos: são uma minoria de 42% e o número vem aumentando. Já a REDE tinha apenas 35% de filiadas na sua fundação, mas hoje se aproxima da proporção dos outros partidos.

Os dois partidos têm uma presença relativamente uniforme em todo o território nacional, com um ou dois estados de maior atuação. No caso do PV, é o Tocantins, enquanto para a REDE são Roraima e Amapá. É importante atentar, no entanto, que a REDE tem uma proporção de filiados bem menor que o PV em todos os estados. Ela chega a 379 filiados a cada 100 mil eleitores no Amapá, estado de mais força da legenda, mas isso ainda fica bem atrás do PV no Tocantins, com 699 filiados a cada 100 mil eleitores.


Resultados em 2018

O PV elegeu deputados em 15 estados do país, mas não conseguiu uma bancada grande em nenhum deles. No Amazonas, porém, o partido elegeu 3 dos 24 deputados estaduais, mais que qualquer outro partido, com exceção do PP.

Já a REDE tem um escopo de atuação muito mais limitado, elegendo deputados estaduais em apenas 7 unidades federativas, principalmente no Sudeste.

Já se tratando de representatividade Federal, o PV tem menos força; elegeu deputados em apenas três estados e no Distrito Federal. Já a REDE elegeu apenas uma deputada por Roraima. Todos os deputados seguem no cargo até hoje.

O PV não elegeu senadores em 2014 ou 2018. Já a REDE fez grande sucesso em sua primeira eleição geral, elegendo 5 senadores espalhados por todas as regiões, menos o Centro-Oeste. No entanto, o sucesso eleitoral não se traduziu em retenção e hoje apenas dois senadores seguem no exercício do cargo pelo partido: Randolfe Rodrigues (AP) e Fabiano Contarato (ES).

Nenhum dos dois partidos elegeu governadores em 2018.


História

A história do Partido Verde começa na década de 1980, nos primeiros momentos após o fim da ditadura. Inspirados nos movimentos ecologistas que surgiam na mesma época ao redor do mundo, um grupo de artistas, políticos e ativistas se juntaram no Rio de Janeiro em 1986 para fundar um partido ambientalista do Brasil, o PV.

A principal liderança do PV na época era Fernando Gabeira. Militante do Movimento Revolucionário 8 de Outubro durante a ditadura, Gabeira voltou ao Brasil após o exílio e passou a atuar no PT. Se candidatou ao governo do Rio de Janeiro em 1986 pelo PT, mas já tinha fundado o PV e vinha trabalhando para seu reconhecimento pelo TSE.

Com a concessão de registro provisório ao partido em 1988, Gabeira pôde se candidatar à presidência em 1989, após o grupo ter rompido com Lula (PT). Após 1989, o PV voltou a lançar candidato à presidência apenas em 1994, quando Alfredo Sirkis foi o 6º colocado da eleição, com menos de 1% dos votos.

O partido passou boa parte dos anos 1990 e 2000 como um partido menor, focado na pauta ambiental, mas também incorporando algumas pautas progressistas. Membros importantes do partido foram eleitos deputados múltiplas vezes. Em 2003, o PV passou a integrar a base aliada do PT e o cantor e militante do partido Gilberto Gil foi empossado como Ministro da Cultura.

Só em 2010 que o PV voltaria a lançar uma candidatura à presidência. Marina Silva, ex-ministra do Meio Ambiente, senadora pelo Acre e militante de longa data do PT recém-ingressa no PV, ficou em terceiro lugar na disputa. Marina não ficaria muito tempo no partido: em 2013, saiu do PV para fundar a Rede Sustentabilidade.

A saída de Marina Silva do PV em 2011 ocorreu devido à sua frustração com a direção do partido. No discurso em que anunciou sua saída, Marina declarou que pretendia fundar um novo movimento. Eis que em fevereiro de 2013 a Rede Sustentabilidade foi fundada sob a liderança da ex-senadora. À época de sua fundação, Marina classificou a REDE como um ‘partido moderno’, ‘nem de direita, nem de esquerda’ mas ‘à frente’. O foco da legenda seria na renovação política, priorizando a sustentabilidade, o ambientalismo e o progressismo social.

A REDE passou por dificuldades para obter registro no TSE. Em 2013, o partido sofreu uma derrota no tribunal que impediu o registro a tempo de concorrer nas eleições de 2014. Essa derrota levou muitos, incluindo Marina, a se filiarem temporariamente ao PSB.

O registro definitivo seria obtido somente em 2015. Desde então, o partido participou de duas eleições municipais (2016 e 2020) e uma geral (2018).

Em 2018, Marina Silva concorreu à presidência pela REDE com Eduardo Jorge, do PV, como vice. A dupla ficou em 8º lugar da disputa e apoiou Fernando Haddad (PT) e Manuela D’Ávila (PCdoB) no segundo turno.

Hoje o PV faz firme oposição ao governo Bolsonaro (sem partido), especialmente no tocante à desastrosa política ambiental. O presidente do partido é José Luiz Penna e seu número nas urnas é 43.

A REDE também faz oposição ao governo de Jair Bolsonaro. Os porta-vozes do partido são Lais Alves Garcia e Pedro Ivo de Souza Batista e o número do partido nas urnas é 18.


Dados utilizados na matéria: Filiados a partidos (Tribunal Superior Eleitoral); Resultados eleições 2018 (TSE/Cepespdata); Candidatos eleições 2020 (TSE); Resultados eleições 2020 (TSE); IGPM (cortesia de Fernando Meireles, pacote deflateBR).

Contribuiu com dados: Antonio Piltcher.

Créditos da imagem: Marcos Oliveira/Agência Senado.

Para reproduzir os números citados, o código e os dados podem ser encontrados aqui.

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João Gado F. Costa

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