Gráfico: As duas polarizações de São Paulo


PT e PSL dividem voto para deputado na periferia, enquanto PSOL e Novo se destacam em bairros de alta renda
POR DANIEL FERREIRA • 18/09/2020

Na cidade de São Paulo, todas as classes sociais estão polarizadas politicamente. Nas eleições de 2018 para deputado estadual e federal, paulistanos de todos os grupos de renda se dividiram entre partidos alinhados à esquerda e à direita, e foram poucos os votos para as agremiações no centro do espectro político.

No entanto, essa polarização se manifestou de forma diferente conforme o local de votação dos eleitores:

No Capão Redondo – bairro na periferia da Zona Sul de São Paulo – o PT ainda dominava o campo da esquerda em 2018. Já em Pinheiros, área nobre na Zona Oeste da cidade, o PSOL teve o dobro de votos do PT.

Também houve diferenças no campo da direita. No Capão Redondo, o PSL de Bolsonaro foi o partido de direita mais forte, mas dividiu o pódio com partidos do Centrão, como o PR de Tiririca e o PRB de Celso Russomanno. Enquanto isso, o Partido Novo foi destaque em Pinheiros, seguido, em número de votos, do PSL e do PSDB – partido este que, até 2016, dominava a direita paulistana.

Essas diferenças se estendem para além desses dois bairros. Se dividirmos a cidade de São Paulo entre as regiões com renda per capita acima ou abaixo de dois salários mínimos em 2010, é possível observar padrões parecidos:

Os gráficos revelam que, para analisar o comportamento eleitoral de São Paulo, não é suficiente dividir a cidade entre centro e periferia nem entre ricos e pobres. Cada um desses grupos tem uma diversidade interna significante – diversidade esta que certamente exercerá impacto sobre o pleito de 2020.


Dados usados na matéria: Localização de seções eleitorais (Pindograma); Votação por seções eleitorais (Tribunal Superior Eleitoral); Censo Demográfico 2010 (IBGE); Ideologia de partidos políticos (Timothy J. Power e Rodrigo Rodrigues-Silveira, disponível no Dataverse).

Para reproduzir os números citados, o código pode ser acessado aqui.

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foto do autor

Daniel Ferreira é editor do Pindograma.

Gráfico: As duas polarizações de São Paulo

PT e PSL dividem voto para deputado na periferia, enquanto PSOL e Novo se destacam em bairros de alta renda

POR DANIEL FERREIRA

18/09/2020

Na cidade de São Paulo, todas as classes sociais estão polarizadas politicamente. Nas eleições de 2018 para deputado estadual e federal, paulistanos de todos os grupos de renda se dividiram entre partidos alinhados à esquerda e à direita, e foram poucos os votos para as agremiações no centro do espectro político.

No entanto, essa polarização se manifestou de forma diferente conforme o local de votação dos eleitores:

No Capão Redondo – bairro na periferia da Zona Sul de São Paulo – o PT ainda dominava o campo da esquerda em 2018. Já em Pinheiros, área nobre na Zona Oeste da cidade, o PSOL teve o dobro de votos do PT.

Também houve diferenças no campo da direita. No Capão Redondo, o PSL de Bolsonaro foi o partido de direita mais forte, mas dividiu o pódio com partidos do Centrão, como o PR de Tiririca e o PRB de Celso Russomanno. Enquanto isso, o Partido Novo foi destaque em Pinheiros, seguido, em número de votos, do PSL e do PSDB – partido este que, até 2016, dominava a direita paulistana.

Essas diferenças se estendem para além desses dois bairros. Se dividirmos a cidade de São Paulo entre as regiões com renda per capita acima ou abaixo de dois salários mínimos em 2010, é possível observar padrões parecidos:

Os gráficos revelam que, para analisar o comportamento eleitoral de São Paulo, não é suficiente dividir a cidade entre centro e periferia nem entre ricos e pobres. Cada um desses grupos tem uma diversidade interna significante – diversidade esta que certamente exercerá impacto sobre o pleito de 2020.


Dados usados na matéria: Localização de seções eleitorais (Pindograma); Votação por seções eleitorais (Tribunal Superior Eleitoral); Censo Demográfico 2010 (IBGE); Ideologia de partidos políticos (Timothy J. Power e Rodrigo Rodrigues-Silveira, disponível no Dataverse).

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Daniel Ferreira

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