Pesquisar no Google pode aumentar crença em fake news


Uma entrevista com Joshua Tucker e Kevin Aslett, da Universidade de Nova York
POR FRANCISCO RICCI • 21/07/2021

Deveríamos aconselhar as pessoas a “pesquisarem no Google” para saber se algo é fake news ou não? Segundo um estudo recente conduzido por pesquisadores norte-americanos, a resposta é não. A pesquisa indica que buscar mais informações sobre uma notícia falsa no Google, na verdade, aumenta a crença de que ela é verdadeira.

Os autores do estudo supõem que, quando alguém faz uma busca no Google por uma informação falsa, a plataforma retorna ainda mais informações de baixa qualidade, que corroboram com a mentira. Essas informações parecem legitimar a notícia falsa original.

O Pindograma entrevistou os autores dessa pesquisa: Joshua Tucker, professor de ciência política da Universidade de Nova York (NYU) e contribuidor do jornal Washington Post, e Kevin Aslett, pesquisador do Centro de Mídias Sociais e Política da Universidade de Nova York (NYU), para entender o estudo e suas conclusões.

Conversamos sobre como o Google contribui para a crença em notícias falsas; sobre o que faz com que mais velhos compartilhem mais notícias falsas online; e como os governos podem atuar para moderar conteúdo nas redes sociais.


Pindograma: Os resultados das suas pesquisas sugerem que, quando as pessoas têm a chance de pesquisar informações no Google para verificar a veracidade de uma notícia, elas passam a acreditar mais frequentemente que essa notícia é verdadeira, mesmo que seja, na realidade, uma fake news. Você pode explicar isso aos nossos leitores?

Aslett: Nós fizemos um experimento no qual os participantes foram instruídos a responder se achavam que uma notícia recente era verdadeira ou falsa. Selecionamos notícias, algumas falsas e outras verdadeiras, de acordo com um time de verificadores de fatos oficiais. Aí comparamos o que acontece quando os participantes precisam decidir se um artigo é falso ou não sem nenhuma informação adicional, e o que acontece quando os participantes podem pesquisar sobre o artigo na internet antes de nos responder sobre sua veracidade.

Descobrimos que o grupo de entrevistados encorajados a pesquisar informações sobre uma notícia falsa ou enganosa ficou mais propenso a acreditar que a notícia fosse verdade, ao contrário do que você esperaria.

Nós analisamos os resultados que apareciam no Google para os participantes do estudo, e descobrimos o seguinte: quando o Google não retornava nenhum resultado que corroborava a mentira, a busca não afetava os participantes. Mas quando eles encontraram evidências que corroboravam a notícia falsa, mesmo que vindas de sites suspeitos, isso realmente aumentou a crença dos participantes em notícias falsas.

O que parece estar acontecendo é que as pessoas ficam confusas, procuram saber mais sobre uma notícia falsa, encontram mais conteúdo conspiratório e saem acreditando ainda mais em notícias falsas.

Tucker: Quando analisamos os artigos que foram classificados como verdadeiros, a grande maioria dos resultados retornados pelo Google eram de fontes de alta qualidade. Usamos a classificação do NewsGuard para determinar a qualidade das fontes.

Mas quando você procurava artigos falsos, o Google retornou resultados de todos os lugares, inclusive de fontes de muito baixa qualidade. Este é um conceito que a pesquisadora Dana Boyd chamou de “vazios de dados”. A ideia é que há tópicos sobre os quais a grande mídia não escreve porque os acham absurdos ou ridículos…


Pindograma: Como histórias sobre OVNIs, ou conspirações envolvendo 5G?

Tucker: Exatamente! E o problema com a mídia convencional não tratar desses assuntos na era da busca digital é que outras pessoas escrevem sobre esses assuntos e aparecem como resultado para essas buscas! E então um monte de sites de notícias falsas que normalmente não receberiam muita atenção aparecem na pesquisa porque não há muitas informações boas para substituí-los.

Aslett: E uma coisa a acrescentar: os participantes do nosso estudo analisaram artigos publicados 48 horas após a publicação deles. Nesse período curto, as fontes convencionais não haviam verificado de fato essas afirmações. É exatamente nesse momento que as notícias falsas são mais espalhadas, e tudo que as pessoas estão vendo na internet é confusão. Recentemente, o Google fez uma mudança em sua política interna, e disse que se você pesquisar afirmações ou notícias não verificadas, eles serão mais cuidadosos com as fontes que mostram aos usuários. Vamos realizar outro experimento em breve para ver se isso muda alguma coisa.


Pindograma: E com base na sua experiência na área de redes sociais, você espera ver alguma mudança?

Aslett: Não esperamos muita mudança, não. Permanecemos pessimistas com relação a essas tentativas, uma vez que não mudaram muito no passado, mesmo quando disseram que mudariam bastante.


Pindograma: Se você refizesse esse experimento com notícias de meses atrás, você acha que o resultado teria sido diferente? A pessoa que pesquisa no Google seria capaz de encontrar checagens de fatos, aumentando assim seu desempenho na detecção do que é falso e o que é verdadeiro?

Aslett: Sim. Realizamos um outro experimento com artigos que já tinham 3 a 6 meses de publicação e descobrimos que a busca no Google está associada a uma ligeira queda na crença em notícias falsas. No entanto, os resultados do Google ainda retornavam informações ruins, mesmo 6 meses após a publicação dessas notícias falsas.


Pindograma: Quer dizer, então, que não deveríamos recomendar que alguém busque saber mais sobre uma fake news no Google. O que pode ser, então, uma boa dica para diminuir a crença em fake news?

Aslett: Verifique suas fontes e leia o artigo inteiro. Nossos resultados indicam que se você obriga o participante a ler o artigo todo antes de responder, ele vai acertar mais o que é verdadeiro e o que é falso.

Mostrar a qualidade da fonte que a pessoa está lendo também pode mudar o hábito de consumir notícias. Segundo outro estudo que conduzimos, os 10% que mais leem fake news podem sim mudar seus hábitos se você demonstra com uma classificação objetiva, como a que usamos, do NewsGuard, que as fontes que ela está lendo são objetivamente ruins. Portanto, há esperança.


Pindograma: O que fatores demográficos podem nos dizer sobre o problema das notícias falsas?

Aslett: Usuários mais velhos e conservadores consomem a maioria das notícias falsas nos Estados Unidos. Mas existem muitos sites de notícias falsas conservadores nos EUA, e não sabemos se é isso que está conduzindo o fenômeno ou se é o contrário. É um problema do ovo e da galinha.

Tucker: Sabemos que, em 2016, cidadãos americanos mais velhos compartilharam muito mais notícias falsas no Facebook. Aqueles com mais de 65 anos compartilharam links de notícias falsas 6 vezes mais que os millennials [nascidos entre 1981 e 1996].


Pindograma: O que pode estar por trás desse fenômeno?

Tucker: Esta é uma questão complicada. Eu trabalhei em um artigo com o professor Jay Van Bavel, do Departamento de Psicologia da NYU, no qual desenvolvemos um modelo de tomada de decisão em torno de notícias falsas. É comum achar que alguém acreditar em algo o torna mais propenso a compartilhar esse algo. Mas, na verdade, para algumas pessoas, acreditar ou não em um artigo é irrelevante no processo de decidir compartilhar aquele artigo a ou não. Descobrimos que as pessoas mais velhas não acreditam em notícias falsas mais do que os jovens, embora as compartilhem mais.

A explicação mais comum de por que os idosos compartilham mais notícias falsas é o analfabetismo digital. Eles teriam crescido com a ideia que você sempre pode acreditar nas notícias e não entenderiam de tecnologia para discernir o que é do New York Times e o que é bobagem. Mas essa explicação parece estar errada. Porque quando testamos seu discernimento de notícias falsas, eles são tão ruins quanto os mais jovens.

Isso nos leva a uma segunda explicação. Você pode passar por mudanças cognitivas com a idade em que você passa a não se importar tanto com o que as pessoas pensam de você. Pode ter algo a ver com o mercado de trabalho. Se você e eu compartilharmos algo engraçado mas um pouco maluco nas redes sociais, nossos empregadores podem ver, nossos colegas podem ver. Mas um aposentado pode pensar que algo é engraçado e compartilhar, e ele não tem um custo de fazer isso porque está fora do mercado de trabalho: não importa o que as pessoas pensam.

No entanto, não sabemos o quanto isso vale para o Brasil. Existem muitas perguntas que devem ser respondidas por pesquisadores no Brasil e estão em aberto.


Pindograma: Todos nós sabemos que notícias falsas estão fora de controle. Você acredita que os governos deveriam intervir e regular as mídias sociais de alguma forma? Como eles podem fazer isso evitando tendências autoritárias?

Tucker: Realmente, esse fenômeno de notícias falsas está relacionado diretamente com o que essas plataformas estão mostrando para os seus usuários. Mas eu teria muito cuidado com as consequências de permitir que os governos intervenham e moderem o conteúdo. Não gosto dessa ideia. Pense nisso da perspectiva do Brasil: agora o governo é o Bolsonaro, você quer que ele diga ao Facebook ou Twitter como seus algoritmos vão funcionar? Ele seria terrivelmente autoritário.

Se eu pudesse recomendar uma política, seria a transparência de dados. Não conseguimos saber o que está acontecendo nessas plataformas se dados não forem disponibilizados para os pesquisadores, que podem disponibilizar suas descobertas ao público, para que possamos então discutir soluções. Precisamos exigir legalmente dessas empresas agora que tornem esses dados acessíveis, senão estamos voando às cegas.


Créditos da imagem: New York University, Danyliw Research Seminar, Kevin Aslett.

Contribuiu com a entrevista Daniel Ferreira.

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Francisco Ricci é fundador e repórter do Pindograma.

Pesquisar no Google pode aumentar crença em fake news

Uma entrevista com Joshua Tucker e Kevin Aslett, da Universidade de Nova York

POR FRANCISCO RICCI

21/07/2021

Deveríamos aconselhar as pessoas a “pesquisarem no Google” para saber se algo é fake news ou não? Segundo um estudo recente conduzido por pesquisadores norte-americanos, a resposta é não. A pesquisa indica que buscar mais informações sobre uma notícia falsa no Google, na verdade, aumenta a crença de que ela é verdadeira.

Os autores do estudo supõem que, quando alguém faz uma busca no Google por uma informação falsa, a plataforma retorna ainda mais informações de baixa qualidade, que corroboram com a mentira. Essas informações parecem legitimar a notícia falsa original.

O Pindograma entrevistou os autores dessa pesquisa: Joshua Tucker, professor de ciência política da Universidade de Nova York (NYU) e contribuidor do jornal Washington Post, e Kevin Aslett, pesquisador do Centro de Mídias Sociais e Política da Universidade de Nova York (NYU), para entender o estudo e suas conclusões.

Conversamos sobre como o Google contribui para a crença em notícias falsas; sobre o que faz com que mais velhos compartilhem mais notícias falsas online; e como os governos podem atuar para moderar conteúdo nas redes sociais.


Pindograma: Os resultados das suas pesquisas sugerem que, quando as pessoas têm a chance de pesquisar informações no Google para verificar a veracidade de uma notícia, elas passam a acreditar mais frequentemente que essa notícia é verdadeira, mesmo que seja, na realidade, uma fake news. Você pode explicar isso aos nossos leitores?

Aslett: Nós fizemos um experimento no qual os participantes foram instruídos a responder se achavam que uma notícia recente era verdadeira ou falsa. Selecionamos notícias, algumas falsas e outras verdadeiras, de acordo com um time de verificadores de fatos oficiais. Aí comparamos o que acontece quando os participantes precisam decidir se um artigo é falso ou não sem nenhuma informação adicional, e o que acontece quando os participantes podem pesquisar sobre o artigo na internet antes de nos responder sobre sua veracidade.

Descobrimos que o grupo de entrevistados encorajados a pesquisar informações sobre uma notícia falsa ou enganosa ficou mais propenso a acreditar que a notícia fosse verdade, ao contrário do que você esperaria.

Nós analisamos os resultados que apareciam no Google para os participantes do estudo, e descobrimos o seguinte: quando o Google não retornava nenhum resultado que corroborava a mentira, a busca não afetava os participantes. Mas quando eles encontraram evidências que corroboravam a notícia falsa, mesmo que vindas de sites suspeitos, isso realmente aumentou a crença dos participantes em notícias falsas.

O que parece estar acontecendo é que as pessoas ficam confusas, procuram saber mais sobre uma notícia falsa, encontram mais conteúdo conspiratório e saem acreditando ainda mais em notícias falsas.

Tucker: Quando analisamos os artigos que foram classificados como verdadeiros, a grande maioria dos resultados retornados pelo Google eram de fontes de alta qualidade. Usamos a classificação do NewsGuard para determinar a qualidade das fontes.

Mas quando você procurava artigos falsos, o Google retornou resultados de todos os lugares, inclusive de fontes de muito baixa qualidade. Este é um conceito que a pesquisadora Dana Boyd chamou de “vazios de dados”. A ideia é que há tópicos sobre os quais a grande mídia não escreve porque os acham absurdos ou ridículos…


Pindograma: Como histórias sobre OVNIs, ou conspirações envolvendo 5G?

Tucker: Exatamente! E o problema com a mídia convencional não tratar desses assuntos na era da busca digital é que outras pessoas escrevem sobre esses assuntos e aparecem como resultado para essas buscas! E então um monte de sites de notícias falsas que normalmente não receberiam muita atenção aparecem na pesquisa porque não há muitas informações boas para substituí-los.

Aslett: E uma coisa a acrescentar: os participantes do nosso estudo analisaram artigos publicados 48 horas após a publicação deles. Nesse período curto, as fontes convencionais não haviam verificado de fato essas afirmações. É exatamente nesse momento que as notícias falsas são mais espalhadas, e tudo que as pessoas estão vendo na internet é confusão. Recentemente, o Google fez uma mudança em sua política interna, e disse que se você pesquisar afirmações ou notícias não verificadas, eles serão mais cuidadosos com as fontes que mostram aos usuários. Vamos realizar outro experimento em breve para ver se isso muda alguma coisa.


Pindograma: E com base na sua experiência na área de redes sociais, você espera ver alguma mudança?

Aslett: Não esperamos muita mudança, não. Permanecemos pessimistas com relação a essas tentativas, uma vez que não mudaram muito no passado, mesmo quando disseram que mudariam bastante.


Pindograma: Se você refizesse esse experimento com notícias de meses atrás, você acha que o resultado teria sido diferente? A pessoa que pesquisa no Google seria capaz de encontrar checagens de fatos, aumentando assim seu desempenho na detecção do que é falso e o que é verdadeiro?

Aslett: Sim. Realizamos um outro experimento com artigos que já tinham 3 a 6 meses de publicação e descobrimos que a busca no Google está associada a uma ligeira queda na crença em notícias falsas. No entanto, os resultados do Google ainda retornavam informações ruins, mesmo 6 meses após a publicação dessas notícias falsas.


Pindograma: Quer dizer, então, que não deveríamos recomendar que alguém busque saber mais sobre uma fake news no Google. O que pode ser, então, uma boa dica para diminuir a crença em fake news?

Aslett: Verifique suas fontes e leia o artigo inteiro. Nossos resultados indicam que se você obriga o participante a ler o artigo todo antes de responder, ele vai acertar mais o que é verdadeiro e o que é falso.

Mostrar a qualidade da fonte que a pessoa está lendo também pode mudar o hábito de consumir notícias. Segundo outro estudo que conduzimos, os 10% que mais leem fake news podem sim mudar seus hábitos se você demonstra com uma classificação objetiva, como a que usamos, do NewsGuard, que as fontes que ela está lendo são objetivamente ruins. Portanto, há esperança.


Pindograma: O que fatores demográficos podem nos dizer sobre o problema das notícias falsas?

Aslett: Usuários mais velhos e conservadores consomem a maioria das notícias falsas nos Estados Unidos. Mas existem muitos sites de notícias falsas conservadores nos EUA, e não sabemos se é isso que está conduzindo o fenômeno ou se é o contrário. É um problema do ovo e da galinha.

Tucker: Sabemos que, em 2016, cidadãos americanos mais velhos compartilharam muito mais notícias falsas no Facebook. Aqueles com mais de 65 anos compartilharam links de notícias falsas 6 vezes mais que os millennials [nascidos entre 1981 e 1996].


Pindograma: O que pode estar por trás desse fenômeno?

Tucker: Esta é uma questão complicada. Eu trabalhei em um artigo com o professor Jay Van Bavel, do Departamento de Psicologia da NYU, no qual desenvolvemos um modelo de tomada de decisão em torno de notícias falsas. É comum achar que alguém acreditar em algo o torna mais propenso a compartilhar esse algo. Mas, na verdade, para algumas pessoas, acreditar ou não em um artigo é irrelevante no processo de decidir compartilhar aquele artigo a ou não. Descobrimos que as pessoas mais velhas não acreditam em notícias falsas mais do que os jovens, embora as compartilhem mais.

A explicação mais comum de por que os idosos compartilham mais notícias falsas é o analfabetismo digital. Eles teriam crescido com a ideia que você sempre pode acreditar nas notícias e não entenderiam de tecnologia para discernir o que é do New York Times e o que é bobagem. Mas essa explicação parece estar errada. Porque quando testamos seu discernimento de notícias falsas, eles são tão ruins quanto os mais jovens.

Isso nos leva a uma segunda explicação. Você pode passar por mudanças cognitivas com a idade em que você passa a não se importar tanto com o que as pessoas pensam de você. Pode ter algo a ver com o mercado de trabalho. Se você e eu compartilharmos algo engraçado mas um pouco maluco nas redes sociais, nossos empregadores podem ver, nossos colegas podem ver. Mas um aposentado pode pensar que algo é engraçado e compartilhar, e ele não tem um custo de fazer isso porque está fora do mercado de trabalho: não importa o que as pessoas pensam.

No entanto, não sabemos o quanto isso vale para o Brasil. Existem muitas perguntas que devem ser respondidas por pesquisadores no Brasil e estão em aberto.


Pindograma: Todos nós sabemos que notícias falsas estão fora de controle. Você acredita que os governos deveriam intervir e regular as mídias sociais de alguma forma? Como eles podem fazer isso evitando tendências autoritárias?

Tucker: Realmente, esse fenômeno de notícias falsas está relacionado diretamente com o que essas plataformas estão mostrando para os seus usuários. Mas eu teria muito cuidado com as consequências de permitir que os governos intervenham e moderem o conteúdo. Não gosto dessa ideia. Pense nisso da perspectiva do Brasil: agora o governo é o Bolsonaro, você quer que ele diga ao Facebook ou Twitter como seus algoritmos vão funcionar? Ele seria terrivelmente autoritário.

Se eu pudesse recomendar uma política, seria a transparência de dados. Não conseguimos saber o que está acontecendo nessas plataformas se dados não forem disponibilizados para os pesquisadores, que podem disponibilizar suas descobertas ao público, para que possamos então discutir soluções. Precisamos exigir legalmente dessas empresas agora que tornem esses dados acessíveis, senão estamos voando às cegas.


Créditos da imagem: New York University, Danyliw Research Seminar, Kevin Aslett.

Contribuiu com a entrevista Daniel Ferreira.

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é fundador e repórter do Pindograma.

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